Getúlio Vargas
Estadista gaúcho (1882-1954). Presidente da República que mais tempo permaneceu no cargo. Governa o pais de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instala a ditadura do Estado Novo.
Getúlio Dornelles Vargas (19/4/1882-24/8/1954) nasce em São Borja. Altera o ano de seu nascimento para 1883, não se sabe por que motivo. O fato é descoberto somente no ano do centenário de seu nascimento, quando a igreja em que foi registrado divulga sua certidão verdadeira. A falsificação, descobrem os estudiosos, consta do atestado militar apresentado por ele à Faculdade de Direito de Porto Alegre. Ingressa na política em 1909 como deputado estadual pelo Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). De 1922 a 1926 cumpre o mandato de deputado federal. Ministro da Fazenda do governo Washington Luís, deixa o cargo em 1928, ao ser eleito para governar seu estado. É o comandante da Revolução de 1930, que derruba Washington Luís. Ocupa a Presidência nos 15 anos seguintes e adota uma política nacionalista. Em 1934 promulga uma nova Constituição. Em 1937 fecha o Congresso, prescreve todos os partidos, outorga uma Constituição, instala o Estado Novo e governa com poderes ditatoriais. Nesse período, adota forte centralização política e atuação do Estado. Na área trabalhista cria a Justiça do Trabalho (1939), o Ministério da Justiça e o salário mínimo (1940), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, 1943), a carteira profissional, a semana de 48 horas de trabalho e as férias remuneradas. Na área estatal, cria as companhias Siderúrgica Nacional (1940), Vale do Rio Doce (1942), Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945) e entidades como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1938). É derrubado pelos militares em 1945. Volta à Presidência em 1950, eleito pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que ajudou a fundar. No último mandato, cria a Petrobrás e a Eletrobrás. O envolvimento do chefe de sua guarda pessoal no atentado contra o jornalista Carlos Lacerda leva as Forças Armadas a exigir sua renúncia no último ano do mandato. Suicida-se em meio à crise política, com um tiro no peito, na madrugada de 24 de agosto de 1954, dentro do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e deixa uma carta testamento.