A Primeira Cruzada
A Primeira Cruzada foi proclamada em 1095 pelo papa Urbano II e teve uma importante motivação de natureza religiosa: a reconquista da cidade de Jerusalém pelos cristãos.
Desde 1076, os muçulmanos haviam conquistado a cidade sagrada e, por meio de proteção militar, dificultavam a peregrinação dos cristãos que queriam conhecer um dos mais importantes locais por onde Jesus Cristo passou.
Na verdade, a Primeira Cruzada não foi um único movimento, mas um conjunto de ações bélicas de natureza religiosa, que incluiu a Cruzada Popular, a Cruzada dos Nobres, a Cruzada Germânica e a Cruzada de 1101.
A Primeira Cruzada representou um marco na mentalidade e nas relações de cristãos ocidentais, cristãos orientais e muçulmanos. Apesar das suas conquistas terem eventualmente sido completamente perdidas, também foi o início da expansão do ocidente que, juntamente com a Reconquista da Península Ibérica, resultaria na aventura dos descobrimentos e no imperialismo ocidental.
Em 1095, na cidade de Clermont, durante um concílio, Urbano II fez um discurso chamando os reis e príncipes católicos para que unissem suas forças contra a presença dos infiéis, os muçulmanos, na cidade de Jerusalém. Aderindo o apoio dos nobres europeus, a Primeira Cruzada partiu em 1096.
Utilizando cruzes vermelhas, que indicavam a motivação religiosa do conflito, os participantes da Primeira Cruzada iniciaram sua batalha sitiando várias cidades até atingir o seu destino final.
Contando com sérias dificuldades em prosseguir a jornada, os cruzados passaram por inúmeras privações. Alguns chegaram a beber a própria urina e o sangue de animais devido à falta de água potável.
Em 1097, um contingente de 10.000 pessoas estava em Constantinopla, prontas para o avanço até Jerusalém. Divididos em pequenos exércitos, os cruzados conquistaram as cidades de Niceia e Antioquia. Logo depois, os exércitos avançaram sobre Jerusalém e provocaram um grande massacre contra os muçulmanos que ali habitavam. Depois da conquista, Godofredo de Bulhão foi eleito chefe do Reino de Jerusalém. Após sua morte, em 1100, foi sucedido por seu irmão, Balduíno de Bolonha.