Transformações econômicas na Europa no período medieval
Com o fortalecimento das cidades e do comércio, surgiu na Europa um novo ideal de vida. Até então, em geral, as pessoas só podiam almejar realizações pessoais, como reconhecimento por ser um guerreiro valente.
Para o burguês, no entanto, o mais importante era acumular fortuna. Por isso, ele trabalhava intensamente, procurando aumentar cada vez mais os negócios e os lucros.
O aumento da prática comercial fez ressurgir a importância do dinheiro. O comercio, fundamentado antes na simples troca de produtos, passou a se basear na troca de produtos por moeda. O próprio mercador, precisando de dinheiro para viajar e comprar mercadorias, começou a pedi-lo emprestado, propiciando o desenvolvimento das casas bancárias.
Em consequência do comercio, algumas regiões passaram a se especializar na produção e comercialização de determinados produtos. Borgonha e vale do Reno, na atual França, por exemplo, especializaram-se em vinho; Provença, em sal, e assim por diante. Houve também o aumento do número de pessoas que trabalhavam por salário.
Todas essas mudanças alteraram a organização política e social da Europa.
As revoltas camponesas
Com o comércio, a nobreza feudal passou a utilizar novos produtos, sobretudo os de origem oriental. Para garantir os recursos necessários ao sustento desses novos hábitos, a exploração sobre os servos aumentou. Em resposta surgiram revoltas e fugas de camponeses para as cidades.
Além disso, o aumento da população gerou uma expansão das zonas agrícolas, com a ocupação de áreas florestais e de pastagens. A ocupação das pastagens, por sua vez, provocou a falta de adubo animal. Como resultado, as colheitas tornaram-se insuficientes, causando fome e subnutrição e tornando os europeus mais vulneráveis às doenças.
A vida nas cidades
O crescimento das cidades medievais era limitado pelas muralhas dos burgos. Ninguém desejava morar fora delas, temendo por sua segurança.
Hoje, em algumas regiões da Europa é possível encontrar as antigas cidades medievais. Preservadas, elas oferecem uma ideia do que era viver e trabalhar naquele período. Na imagem, cidade de Ávila, na atual Espanha . Suas muralhas foram construídas no século XI.
Como não era possível destruir os muros, e a população aumentava, as casas cresciam para cima, chegando a ter até três andares. A maior parte das casas era de madeira, o que favorecia os incêndios, que as vezes destruíam completamente uma cidade.
Não existiam calçadas nem esgotos, o que facilitava a proliferação de doenças. À noite, quase não havia iluminação. De dia, as vilas também permaneciam bastante sombrias.
As pessoas circulavam pela cidade no meio dos animais, que comiam restos de alimentos jogados pelas janelas.
Artesãos e comerciantes agrupavam-se por ruas conforme suas atividades. Símbolos divertidos, como um gato que pesca, por exemplo, indicavam as lojas àqueles que não sabiam ler.
As universidades
A partir do século XII, com a expansão das atividades comerciais e o crescimento das cidades, os comerciantes sentiram necessidade de saber ler, escrever e contar. Para atender a essa necessidade, começaram a organizar escolas.
As universidades, a partir do século XII, se multiplicaram pela Europa. As principais da época surgiram em: Bolonha (1158), Paris (1200), Cambridge (1209), Pádua (1222), Nápoles (1224), Toulouse (1229).
Nas universidades, os professores e alunos dedicavam-se a diversas áreas do conhecimento, como artes, gramática, matemática, retórica, direito, medicina, teologia. O ensino era dado em latim.